AUTONOMIA NAS OBRAS MISSIONÁRIAS:
Um desafio para os dias atuais
AUTONOMIA NAS OBRAS MISSIONÁRIAS:
Um desafio para os dias atuais
Falar de
dependência ou independência das obras missionárias da ajuda de organizações internacional não é um tema simples de ser tratado pelo
fato que as obras missionárias se moldam ao ambiente externo onde estão
inseridas. E este ambiente tem muitas variáveis diferentes, tornando as obras
missionárias diversa uma da outra. Por ambiente entendemos como sendo um
sistema de indivíduos e organizações em uma rede conectada com a qual a obra
missionária precisa interagir.
Desta forma,
dependência ou independência das obras missionárias está vinculada ao grau e da
qualidade da interação que ela tem com seu ambiente, do qual as obras
missionárias dependem para acessar recursos tanto financeiros, materiais e humanos,
que necessitam para viver e desenvolver sua missão.
Assim sendo
podemos afirmar que a dependência ou independência das obras missionárias não
abrange somente a esfera financeira, mas elas dependem também do
desenvolvimento dos seus colaboradores internos, das ferramentas de gestão
atualizadas e de relação com as organizações e com os indivíduos externos que
criam envolvimento e metas comuns. Precisamos entender que a autonomia das Obras
Missionárias não está somente no fato de receber recursos do exterior, mas está
acima de tudo na habilidade e na capacidade de lidar com contingências do
ambiente local e global.
Para aumentar
o espaço de autonomia e criatividade as obras missionárias, seus gestores precisam buscar a
diversificação das fontes de recursos e contrabalançar o poder das
fontes de recursos das quais dependem para cumprir sua missão. Isto é, quanto
mais equilibrada a cooperação entre as fontes de recursos mais autonomia as Obras Missionárias possuem. Por outro lado, quanto menos equilibradas as fontes de recursos, maior a é sua dependência. Em outras palavras, tornar a obra missionária mais autônoma
dos recursos do exterir passa por uma atualização destas obras para que elas
possam buscar diversificação das fontes de recursos que necessitam para cumprir
sua missão e não depender somente dos recursos repassados pela Casa Mãe. Além dos recursos repassados de projetos com organizações do
exterior, as obras missionárias precisam buscar parcerias com as organizações
públicas, empresas locais, benfeitores locais e produção própria.
Talvez o
grande desafio das organizações internacionais de ajuda humanitária na
atualidade seja de fato levar as obras missionárias, principalmente àquelas
acostumadas e acomodadas com os recursos vindos do exterior, buscar diversificar
e equilibrar as suas fontes de recursos, sem necessitar parar com os projetos, para superem a dependência.
Com relação à
Obra Calabriana no Brasil, mais de década, temos buscado diversificar as fontes
de recursos através de parcerias publico\privado, projetos com empresas locais
e com pessoas voluntárias e benfeitores. Constatamos que fizemos avanços
significativos, porém a quebra de paradigmas é lenta e muitas vezes,
infelizmente em algumas atividades, somente conseguimos a diversificação recomeçando
a atividade, “queimando o navio”, isto é, fechando a atividade. Não acreditamos neste tipo de
decisão, ela muitas vezes causa traumas que levam algum tempo para
superar. Acreditamos sim, na atualização das
pessoas que atuam nestas obras missionárias.
Além da
atualização das obras missionárias local, sugerimos que, as organizações
internacionais que mantém estreita ligação financeira e afetiva com obras
missionárias no exterior, auxiliem estas organizações a diversificarem suas
fontes de recursos, capacitando estas instituições a se conectarem a uma rede
mais ampla de relações e auxílios. Precisamos
acreditar no que afirmava São João Calábria, que “a primeira providência é ter
a cabeça no lugar”; isto é, usar as capacidades que a Providência Divina nos
concede para a autonomia e desenvolvimento da missão.
Ir.
Gedovar Nazzari
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